Por Barbara Pacífico e Victória Gimino
Você está curioso(a) com alguns sintomas e resolve buscar possíveis respostas para o que está sentindo, procurar na internet parece ser a primeira opção, certo? Porém, o que você vai encontrar é uma lista de sintomas, testes online e explicações genéricas, na maioria dos casos. Preocupado (a) com o que está lendo, provavelmente você se sente influenciado (a) pelas sugestões de diagnósticos (que podem estar completamente errados) e fazendo comparações que não cabem a você.
O médico especialista, psiquiatra ou psicólogo em casos de saúde mental são os profissionais indicados para realizarem uma minuciosa investigação que irá identificar o diagnóstico e indicar um tratamento adequado. Bock et. al. (2001) reforça a ideia de que é preciso estar atento ao senso comum e às informações difusas, isso invade processos sem muito comprometimento e colabora com tratamentos anti-profissionais.
Dalgalarrondo (2008) explica que ao tratar de um paciente que o diagnóstico é de um transtorno psiquiátrico, por exemplo, a avaliação pode ser complexa e se baseia em vários dados clínicos como dosagens laboratoriais, exames de neuroimagem estrutural e funcional, testes psicológicos ou neuropsicológicos. A partir dessas diferenciações o especialista começa a entender em que “campo” estaria o diagnóstico, podendo, inclusive, indicar outras instâncias profissionais. Algumas ferramentas importantes que podem colaborar com o diagnóstico são:
- Anamnese – consiste numa entrevista em que o profissional de saúde tem como objetivo identificar o histórico, informações e sintomas relevantes dos pacientes para melhor diagnosticar e desenvolver o tratamento.
- Exames – o objetivo é ser mais assertivo nas informações, embasando o histórico e descartando hipóteses.
- Histórico dos sintomas – o paciente relata o que aconteceu no período em que não estava em acompanhamento, assim o profissional poderá entender a “evolução” do quadro.
É necessária a atenção também ao comparar seu próprio processo e sintomas aos de outra pessoa. Pelo olhar da psicologia, Ramirez et al (2019) afirma que “cada paciente é único e nem sempre o caminho no processo psicoterapêutico a seguir com um, será o mesmo a ser seguido com outro. São seres com histórias singulares e perspectivas diferentes”. Para Bocchi (2018), psicóloga pesquisadora e professora, classificações diagnósticas pretendem classificar, tratar e curar o mental da mesma forma que se trata o corpo físico, pois explicam os transtornos dentro de parâmetros objetivos e quantitativos correspondente a informações científicas e minuciosamente analisadas.
Então quando a internet pode ser utilizada como uma ferramenta aliada à este processo?
- Na busca por profissionais e informações como telefone, e-mail e redes sociais para agendamento da consulta.
- Em publicações sérias e bem orientadas, produzidas por pessoas ou canais confiáveis.
- Em indicações de canais dos próprios profissionais que irão acompanhar o seu caso.
A precisão do diagnóstico e da qualificação dos profissionais podem contribuir na condução do tratamento. O importante é analisar como o profissional passa seu conhecimento, acolhe seu caso e demonstra seriedade e responsabilidade em suas pesquisas e publicações.
Referências:
DO CARMO ALVES, Fúlvia Cristina et al. A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL EM RELAÇÃO Á PRESCRIÇÃO DE PSICOFÁRMACOS PARA CRIANÇAS. ÚNICA Cadernos Acadêmicos, v. 3, n. 1, 2019.
BOCCHI, Josiane Cristina. A psicopatologização da vida contemporânea: quem faz os diagnósticos?. DOXA: Revista Brasileira de Psicologia e Educação, v. 20, n. 1, p. 97-109, 2018.
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. 438 p.
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. PSICOLOGIAS UMA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE PSICOLOGIA. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. 492 p.
Um comentário em “A importância do diagnóstico profissional em psicologia”